domingo, 28 de novembro de 2010

BASTA CONHECER O BEM PARA DESEJÁ-LO? OU É PRECISO PRATICÁ-LO!



Impossível discorrer sobre a singularidade do pensamento de Aristóteles (384 – 324a.C.) sem contextualizá-lo diante de seu Mestre, Platão (Arístocles: 428-347a.C.), que por sua vez fora discípulo de Sócrates e, o primeiro a elaborar uma teoria sobre a Alma. Para esclarecer o que distingue esses dois Pensadores, ponderemos sobre as dicotomias, as duplas de opostos/complementares que constatamos através dos sentidos (dia e noite; macho e fêmea) ou do Espírito (O Bem e o Mal). Dicotômica também será a linha teórica filosófica adotada por esses Filósofos de truz.


Em 387a.C., Platão fundou o que pode ser considerada a primeira instituição de ensino superior do mundo ocidental, a Academia de Atenas (dedicada à deusa da Sabedoria e da Justiça). No 1º nível (até os 16 anos), treinamento científico: matemática, ginástica, astronomia, música e geometria: na entrada uma placa avisava: “Ageometretos mé eisito” (sem geometria, não entre). Já no 2º nível (dos 16 aos 30 anos), os alunos aprendiam ética, a virtude e a política para, no 3º nível (dos 30 aos 50 anos), aprender a dialética e tornar-se Filósofo. O platonismo reverencia o mundo das Idéias, pois a realidade física, material, sensível, concreta, não alcança o “Ideal” de perfeição que somente a representação mental, abstrata (imaginem a geometria, o lógos) propicia.
Em 337a.C Aristóteles funda o Liceu, dedicado a Apolo (irmão de Athena), divindade olímpica que presidia a harmonia, a música, a saúde e a verdade. Aristóteles distinguir-se-à por propor uma nova forma de apreender e explicar o mundo. Para o pragmático estagirita (Aristóteles nasceu na cidade de Estagira), a lógica e o bom senso dariam conta da realidade captada por nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato, tato). Formulará então, a teoria das quatro causas: Formal, Material, Eficiente e Final. Segundo a obra de Aristóteles “Metafísica”, “As duas primeiras não são mais do que a forma e a matéria, que estruturam todas as coisas sensíveis. (Recorde-se que “causa” e “princípio”, para Aristóteles, significam o que funda, o que condiciona, o que estrutura). 


Mas matéria e forma, sob certo aspecto, bastam para explicar as coisas; sob outro aspecto, porém, não bastam. Se considerarmos o ser das coisas estaticamente, bastam; se, ao contrário, considerarmos as coisas dinamicamente, isto é, em seu desenvolvimento, em seu devir, em seu produzir-se e em seu corromper-se, então não bastam mais. Com efeito, é evidente que, se considerarmos determinado homem estaticamente (ou seja, como ente já perfeitamente realizado), ele se reduz à sua matéria (carne e ossos) e à sua forma (alma); mas se o considerarmos de outro modo e perguntarmos: “como nasceu”, “quem o gerou”, “por que se desenvolve e cresce”, então, impõem-se duas razões ou causas ulteriores: a causa eficiente ou motora, isto é, o pai que o gerou, e a causa final, ou seja, o fim ou o escopo ao qual tende o devir do homem”.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A TEORIA ARISTOTÉLICA DAS QUATRO CAUSAS



Sistematizando o pensamento filosófico grego, Aristóteles elaborou algo que, a partir da filosofia medieval, ficou sendo conhecido como a teoria das quatro causas.

Como se sabe, uma das maiores preocupações dos filósofos gregos era a explicação do movimento. Por movimento, os gregos entendiam:


1) Toda mudança qualitativa de um corpo qualquer (por exemplo, uma
semente que se toma árvore, um objeto branco que amarelece, um
animal que adoece, etc.);

2) Toda mudança quantitativa de um corpo qualquer (por exemplo um
corpo que aumente de volume ou diminua, um corpo que se divida em
outros menores, etc,);

3) Toda mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer (por
exemplo, a trajetória de uma flecha, o deslocamento de um barco, a
queda de uma pedra, o levitar de uma pluma, etc.);

4) Toda geração e corrupção dos corpos, isto é, o nascimento e
perecimento das coisas e dos homens.
Para um grego toda e qualquer alteração de uma realidade, seja ela qual for.


A teoria aristotélica das quatro causas, tal como foi recolhida e conservada pelos pensadores medievais, é uma das explicações encontradas pelo filósofo para dar conta do problema do movimento. Haveria, então, uma causa material (a matéria de que um corpo é constituído, como, por exemplo, a madeira, que seria a causa material da mesa), a causa formal (a forma que a matéria possui para constituir um corpo determinado, como, por exemplo, a forma da mesa que seria a causa formal da madeira), a causa motriz ou eficiente (a ação ou operação que faz com que uma matéria passe a ter uma determinada forma, como, por exemplo, quando o marceneiro fabrica a mesa) e, por último, a causa final (o motivo ou a razão pela qual uma determinada matéria passou a ter uma determinada forma, como, por exemplo, a mesa feita para servir como altar em um templo).

Assim, as diferentes relações entre as quatro causas explicam tudo que existe, o modo como existe e se altera, e o fim ou motivo para o qual existe.

 A teoria aristotélica das quatro causas


sábado, 6 de novembro de 2010

HISTORIA DA FILOSOFIA



Onde se começa a pensar em Filosofia?

A palavra Filosofia é de origem grega, portanto nasceu na Grécia. A pronúncia da palavra Filosofia é composta por duas outras “philo” e “Sophia”, o termo “philo” deriva-se de “philia”, cujo significado é respeito entre os iguais, amor fraterno, amizade. “Sophia” quer dizer sabedoria e dela procede a palavra “sophos”, sábio.

FILOSOFIA uma visão integrada e pessoal, que
 serve especialmente para guiar a conduta e os
 pensamentos do indivíduo”.
(GOODS DICTIONARY OF EDUCATION).

 Este conceito abrange o uso da palavra como se emprega neste curso. Pitágoras foi quem criou o termo FILOSOFIA que significa “amizade pela sabedoria”. O termo foi criado quando Pitágoras viu que os deuses possuíam todo o conhecimento e sabedoria que existia, passando assim a perceber que o homem poderia desejar e buscar tal sabedoria plena por meio da Filosofia.

 “A Filosofia é um apetite da sabedoria divina, o anseio de assemelhar-se a DEUS, tanto quanto seja possível ao homem”. (Pitágoras).

Filósofo, portanto é aquele que ama a sabedoria, que tem amizade pela sabedoria, respeito e amor pelo saber, que deseja saber. Desta forma o Filósofo demonstra um estado de espírito de uma pessoa que ama aquele que deseja o conhecimento, que o estima que o procure e o respeita.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

SÓCRATES E O DIREITO DE PENSAR

ÉTICA: TAMANHA PERFEIÇÃO PODE TER SURGIDO DO NADA?


SOCRÁTES (469-399 a.C.), filho de um escultor e de uma parteira, herdou as artes do pai e da mãe, tornado-se um escultor de almas e parteiro de idéias. Seu processo de pensamento filosófico consistia em fazer com que seus interlocutores buscassem, através do raciocínio e da aceitação de sua ignorância diante do assunto, suas próprias verdades, sem considerar os costumes e dogmas impostos

A esse processo deu o nome de Maiêutica (do grego – arte de trazer à luz), fazendo com que as pessoas com quem tinha contato, elaborassem suas próprias idéias e conceitos, trazendo-lhes, segundo Sócrates, a liberdade e a noção do que é realmente necessário à vida do homem, a sabedoria.